Ministra do Meio Ambiente planeja independência de combustíveis fósseis

Marina Silva anuncia processo para tornar o Brasil independente do uso de combustíveis fósseis até 2050

19/12/2025 às 17:29
Por: Redação

A ministra do Meio Ambiente, Mudança do Clima, Marina Silva, anunciou o início dos trabalhos para criar um mapa que tornará o Brasil independente dos combustíveis fósseis. A elaboração da minuta, fundamentada em termos técnicos e científicos, será apresentada ao Conselho Nacional de Política Energética no início de 2026.

 

Essa ação, promovida durante a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), em novembro, foi oficialmente comunicada por meio de despacho presidencial no Diário Oficial da União, estipulando um prazo de 60 dias para entrega do documento inicial. O projeto teve destaque nas discussões do evento e vem sendo uma prioridade desde então.

 

Estratégias de financiamento

O plano abrange também a criação de um fundo para financiar uma transição energética justa. Isso será feito utilizando receitas obtidas pela exploração de petróleo, conforme esclarecido pela ministra, que enfatizou a necessidade de um planejamento complexo e abrangente.


“Além das diretrizes para o mapa do caminho, temos que estabelecer as diretrizes para um fundo visando a transição energética justa a partir das receitas públicas do governo federal”, destacou Marina Silva.


A complexidade do projeto é comparável à elaboração de políticas para acabar com o desmatamento no Brasil, algo que tem envolvido múltiplos setores, como ministérios, comunidade científica, setor privado e organizações internacionais de energia.

 

Resultados já alcançados

O sucesso na redução de desmatamento é visto como indicativo de que a estratégia de independência dos combustíveis fósseis pode ser bem-sucedida. Marina mencionou que desde 2003, o desmatamento na Amazônia e em outras regiões do Brasil foi significativamente reduzido.


“Na Amazônia, conseguimos reduzir o desmatamento em 50%. No país, em mais de 30%”, reforçou a ministra.


Esses esforços estão alinhados com tratados internacionais que visam a neutralidade das emissões de gases de efeito estufa até 2050, combinando reflorestamento e outras técnicas para capturar emissões remanescentes.

 

Desafios inevitáveis

Marina Silva reconhece que a liderança do Brasil nesse processo é inevitável, dado o desafio de manter a vida no planeta. A ministra reforça que a escolha entre preservar a vida e preservar capital é clara, segundo a ciência.


“A ciência está nos dizendo que podemos destruir não apenas grande parte da vida no planeta, mas também as condições para que essa vida exista.”


Marina Silva conclui que, com planejamento e senso de humildade para ouvir a ciência e o bom senso, é possível trilhar um caminho equilibrado e sustentável.

“É possível se planejarmos, ouvindo a ciência e o bom senso,” finaliza a ministra.

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